terça-feira, 4 de março de 2014

O mundo da Lua


(Foto de Serenidade)
 
Percorro o caminho que me leva a qualquer lugar. Sem que o tenha definido ou escolhido. Sobriamente vagueio por entre as encruzilhadas da vida. Por vezes, percorro caminhos alegres e seguros, outros há que são escorregadios e escuros! Nestes, resta-me a luz da Lua que me ilumina. Resta-me a companheira, a outra face da vida, do Sol, a minha vida! Quando a luz do astro-rei me ilumina, por vezes, vejo-me imbuída de uma luz prateada, sempre que começo a vaguear entre os pensamentos que se apoderam do meu corpo e mente e os sonhos sonhados com coração. Neste instante, vivo a vida literalmente alunada em pensamentos cheios de imagens e cores resplandecentes e vigorosas como se estivesse, o sonho, a viver. Vivo “no mundo da lua”, no mundo onde os sonhos se concretizam mesmo que na realidade do dia-a-dia nada exista para além da mesmice monocórdica de uma vida robotizada.
Nos meus sonhos não há aspas, nem reticências. Não há pontos finais nem interrogações. No meu mundo, no instante em que estou alunada em mim sem que o meu corpo consiga concretizar o que estou a viver, tudo é um continuum de instantes vividos intensamente, nos quais não há lugar para o ontem e muito menos para o amanhã. A minha morada, neste instante, nada se aparenta com o mundo da Lua, mesmo que nele esteja a viver. O prateado metamorfoseou-se um belíssimo arco-íris. Os altos e baixos, das crateras de impacto, são uma melodia harmoniosa sem interrupções. Os mares lunares encheram-se com a essência da vida, permitindo que, na “minha” Lua, houvesse vida. Uma vida concebida com muito amor e paz no coração. Uma vida que preencheu a vida de outras vidas. Sim, imaginária, ainda, mas vivida no meu mundo, no mundo da lua, a minha vida a par da vida mecanizada que a mente e o mundo humano me imprime.
Pub. em "O mundo da Lua" - Lua de Marfim Editora

1 comentário:

O Profeta disse...

Ouvi o vento e a música
Procurando um porto na madrugada
Ouvi a chegada de um navio
Julguei sentir uma voz amada
Uma criança jogando lama ao meio dia
Embrenhada e perdida na alma
Com rimas colorindo pálpebras de nostalgia

Doce beijo