domingo, 1 de fevereiro de 2009

O meu Farol


(Foto de Serenidade)


Há uma luz que me ilumina! Nos derradeiros recônditos espaços do meu ser, vejo-a, é maravilhosamente luzente e quer, com o astro-rei parecer. Cintila como um pirilampo que, agitado, embate em todos os cantos e recantos, na tentativa de se libertar das amarras que, ainda, o prendem nas clausuras de uma criatura deveras amada. Uns dias está mais viva outros mais entristecida. Ora cresce ora se inibe de aparecer, de entrar na sala mais nobre, no espaço onde a alma e o coração moram, onde apenas está a um passo de luzir, mesmo até a partir do simples, mas tão bem recebido, sorrir. Há uma luz que se quer expressar, a toda a hora e em qualquer lugar. Há uma luz que ainda se oprime, nos dias sombrios, deveras escorregadios. Ela olha-se, sem espelho que o permita, vê-se linda e primorosa, deveras carinhosa. Tenta dar-se e reflectir o seu encanto, mas nem todos a entendem, soltando-a num canto. Sabe que nada pode pedir a não ser o seu intento de manter-se a luzir e, nos dias de Inverno ser o lírio da Primavera, o girassol do Verão e o crisântemo do Outono. Por vezes sente-se encurralada, nos pensamentos fechados. Outras a fluir, daqui para ali, dali para aqui, num diálogo que, mesmo na ausência de som, se efectua deliciosamente pelos olhares luzidios, deveras enamorados. Há uma luz que de mim irradia, por vezes um farol num deserto sombrio. Mesmo nas tempestades não funde, apenas quer amar, ser amada e estar, para sempre, enamorada.