sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ao teu encontro...


(Foto de Serenidade)


Ontem fui ver-te, tinhas o olhar amedrontado e era bem evidente a revolta interior em que te encontravas. A minha intenção era apaziguar o meu corpo de dor, penetrar no teu sereno olhar e transfigurar o meu aperto em calor. Ia contar-te que o que mais me aproxima de ti tem-se sentido enfurecido, tal como se estivesse em ebulição constante. Queria perguntar-te o que achavas desse estado agitado, que conselho me daria para ver minhas imperfeições sarados. Quando à tua beira ancorei meu canastro, senti que mais haveria de comum entre nós. Não apenas os fluidos que se atraem, mas também a sintonia do sentir. Estavas revoltado, agitado, magoado! Não consegui falar-te do meu sentir, analisei que era premente apenas ouvir. Analisei a violência do teu tumulto e o temor que todos à tua voltam sentiam. Ninguém conseguiu, devidamente escutar-te, apenas julgavam teus actos de dor, pensando que eram um hábito de um constante actor. Escutei tua lamentação, tua dor e senti compaixão. Tanta dor anda à solta no mundo. De tanta ilusão andamos preenchidos. Por quem estaria a sentir compaixão? Estavas a ser o meu espelho, na perfeição.
Ontem, permaneci junto de ti. Senti em duplicado o teu sentir. Não consegui auxiliar-te, apenas permanecer ao teu lado e, na nossa dor, acompanhar-te.

"Tinha sido ela, com seu carinho e alegria, a grande responsável por ele ter encontrado, de novo, o sentido da vida."
Paulo Coelho in Brida

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Folha em branco


(Foto de Serenidade)




Abri uma folha em branco. Nela quero inscrever o meu sentir que teima em não se exprimir. Está encurralado por altos muros com alicerces bem fundos. Não que esteja obscurecido pela ausência do amor! Sente-se apenas ofuscado pelo cansaço e dor. A dor começa a dispersar como fumo. O cansaço ganhou raízes profundas.
Preciso inscrever com tinta colorida o meu sentir, voltar, com frequência a sorrir. Sentir o ânimo dos primeiros raios de Sol que, sem pedir, iluminam nosso dia. Aconchegar-me ao manto de estrelas e desfrutar do descanso quando o dia finda.
Necessito conhecer o meu sentir! Devido à dimensão da tempestade, não consigo reconhecer o actual estado. Não sei descrever a temperatura, nem reconhecer o motivo pelo qual ainda cai chuva. Por vezes a temperatura volta a descer, as nuvens a aparecer mas apenas na mente que constantemente mente, não no céu azul que, hoje, é luzidio e bem evidente.
A folha permanece branca. Não que não queira unir as letras em alegres vocábulos, simplesmente sentem-se anestesiadas pelo cansaço e a mão teima a manter-se estática, rígida perante a sede de palavras de bem-aventurança que todos queremos ler e preencher nosso lado esquerdo, novamente, de esperança.




"Nós somos a soma das nossas decisões"
- Woody Allen -

domingo, 26 de setembro de 2010

Aprender com os gansos...



Quando os gansos selvagens voam em formação "V",
eles fazem-no a uma velocidade 70% maior,
do que se estivessem voando sozinhos.
(É que à medida que cada pássaro bate suas asas,
é criada uma "sustentação’’ para o pássaro que o segue).
Quando o ganso que está no ápice do "V" fica cansado,
ele (ou ela) passa para trás da formação,
e outro ganso voa para a posição de frontal.
Durante o vôo, os gansos da retaguarda grasnam,
para encorajar aqueles que vão a frente a manterem suas velocidades.
Os gansos acompanham os fracos. Quando um deles fica doente,
ou ferido ou é abatido, no mínimo outro ganso sai da formação,
e segue-o na descida, para ajudá-lo e protegê-lo.
Ele permanece na sua companhia até que ele possa voar novamente.
Então ele vai em busca de uma outra formação,
ou se integra ao próprio grupo.
Sendo parte de uma equipe, nós também podemos utilizar,
adequadamente os recursos disponíveis,
para que o fruto do nosso trabalho ganhe em qualidade.
Se tivermos senso de comunidade como os gansos,
saberemos revezar-nos na execução das tarefas difíceis,
compartilhando uma direção comum.
Da próxima vez, ao ver uma formação de gansos voando,
lembre-se que é uma recompensa,
um desafio e um privilégio fazer parte de uma equipe.
"Algumas pessoas podem demorar anos a tomar a decisão de crescer e a dar os primeiros passos nesse sentido, mas o tempo entre duas mudanças sucessivas será cada vez mais curto."
Sanaya Roman

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Eco da Vida

(Foto de Serenidade)
Um filho e seu pai caminhavam pelas montanhas. De repente, o filho cai, machuca-se e grita: "Ai"
E para sua surpresa, escuta sua voz em algum lugar da montanha repetindo:"Ai "
Curioso ele pergunta: Quem é você? E recebe a mesma resposta:
Contrariado ele grita: Seu covarde! E como resposta escuta o eco: Seu covarde!
Olha para o pai e pergunta, aflito: O que é isso? O pai sorri e fala: Meu filho, preste bem atenção...
Então o pai vira-se em direção à montanha e grita: Eu admiro você!
A voz responde: Eu admiro você! Novamente, o homem grita: Você é um campeão!
E a voz: Você é um campeão!
O menino fica espantado, não entende então o pai lhe explica: "As pessoas chamam isso de ECO meu filho, mas na verdade, isso é a VIDA. Ela lhe dá de volta tudo o que você DIZ ou FAZ. NOSSA VIDA é simplesmente o REFLEXO dasnossas ações. Se você quer AMOR no mundo, crie AMOR no seu coração. Se você quer COMPETÊNCIA dos que o rodeiam, desenvolva COMPETÊNCIA. O mundo é somente a prova da nossa capacidade. Tanto no plano pessoal quanto social ou profissional, a vida vai lhe devolver o que você deu a ela. Sua vida não é uma coincidência, é sim consequência dos seus actos.

Palavras Escritas por: Autor desconhecido

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Flor da Amizade



Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.

Quem sabe como conseguiu crescer e ser um sinal de vida no meio de tanta tristeza...

Passou uma jovem e ficou admirada com a flor.
Logo pensou em Deus.
Cortou a flor e a levou para a igreja.
Mas, após uma semana a flor tinha morrido.

Passou um homem, viu a flor, pensou em Deus, agradeceu e a deixou ali: não quis cortá-la para não matá-la.
Mas, dias depois, veio uma tempestade e a flor morreu...

Passou uma criança e achou que aquela flor era parecida com ela: bonita, mas sozinha.

Decidiu voltar todos os dias.

Um dia regou, outro dia trouxe terra,outro dia podou, depois fez um canteiro, colocou adubo...

Um mês depois, lá onde tinha só pedras e uma flor,havia um jardim!

Assim se cultiva uma amizade...

E como nem sempre a distância nos permite cultivar as amizades como gostaríamos..., espero que essa mensagem possa ser um pouquinho de adubo para que nossa amizade nunca morra por falta de cultivo...

Autor desconhecido.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Anjos de uma só asa!


Existe uma história de simplicidade linda, que eu gostaria de contar.
Um lenda, um acalanto .......
Não sei se é verdade... e não importo-me com isso.
Não precisa ser.....

Foi há muito tempo atrás...depois do mundo ser criado e da vida completá-lo.
Num dia, numa tarde de céu azul e calor ameno.
Um encontro entre Deus e um de seus incontáveis anjos.
Acredita?

Deus estava sentado, calado. Sob a sombra de um pé de jabuticaba.
Lentamente sem pecado, Deus erguia suas mãos então colhia uma ou outra fruta.

Saboreava sua criação negra e adocicada.
Fechava os olhos e pensava.
Permitia-se um sorriso piedoso.
Mantinha seu olhar complacente.

Foi então que das nuvens um de seus muitos arcanjos desceu e veio em sua direção.

Já ouviu a voz de um anjo?
É como o canto de mil baleias.
É como o pranto de todas as crianças do mundo.
É como o sussurro da brisa.

Ele tinha asas lindas....brancas, imaculadas.

Ajoelhou-se aos pés de Deus e falou.

"Senhor... visitei sua criação como pediu.
Fui a todos os cantos.
Estive no sul, no norte.
No leste e oeste.
Vi e fiz parte de todas as coisas.
Observei cada uma de suas crianças humanas.
E por ter visto vim até o Senhor....para tentar entender.
Por que? Por que cada uma das pessoas sobre a terra tem apenas uma asa?
Nós anjos temos duas... podemos ir até o amor que o Senhor representa sempre que desejarmos.
Podemos voar para a liberdade sempre que quisermos.
Mas os humanos com sua única asa não podem voar.

Não podem voar com apenas uma asa..."

Deus na brandura dos gestos, respondeu pacientemente ao seu anjo.
"Sim...eu sei disso. Sei que fiz os humanos com apenas uma asa..."
Intrigado, com a consciência absoluta de seu Senhor o anjo queria entender e perguntou.

"Mas por que o Senhor deu aos homens apenas uma asa quando são necessárias duas asas para poder-se voar....para poder-se ser livre?"

Conhecedor que era de todas as respostas Deus não teve pressa para falar.

Comeu outra jabuticaba, obscura e suave.
Então respondeu...

"Eles podem voar sim meu anjo.
Dei aos humanos apenas uma asa para que eles pudessem voar mais e melhor
que Eu ou vocês meus arcanjos....
Para voar, meu amigo, você precisa de suas duas asas...
Embora livre, sempre estará sozinho.
Talvez da mesma maneira que Eu....

Mas os humanos....os humanos com sua única asa precisarão sempre dar as mãos para alguém
a fim de terem suas duas asas.
Cada um deles tem na verdade um par de asas.... uma outra asa em algum lugar do mundo que completa o par.

Assim eles aprenderão a respeitarem-se pois ao quebrar a única asa de outra pessoa podem estar acabando com as suas próprias chances de voar.

Assim meu anjo, eles aprenderão a amar verdadeiramente outra pessoa... aprenderam que somente permitindo-se amar eles poderão voar.
Tocando a mão de outra pessoa em um abraço correcto e afectuoso eles poderão encontrar a asa que lhes falta...e poderão finalmente voar.
Somente através do amor irão chegar até onde estou...assim como você meu anjo.

E eles nunca....nunca estarão sozinhos quando forem voar."

Deus silenciou em seu sorriso.
O anjo compreendeu o que não precisava ser dito.

E assim sendo, no fim desse conto, espero que um dia você encontre a sua outra asa.
Para finalmente poder voar.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Now we are free"


(Foto de Serenidade)


Uma vontade enorme cresce nos recônditos da minha alma. O meu coração pulsa a cada som mais vibrante e serena em cada vibração serena. O meu corpo mexe e remexe sentado na cadeira, preso numa densa matéria, flutuando em consonância com as notas musicais percepcionadas pelo limitado ser que sou. O meu peito cresce! Cresce permanecendo com o mesmo volume corpóreo mas engrandece-se! Uma vontade enorme de voar, de explodir, de … Uma agitação fantástica invade-me. Uma sensação de plenitude que cresce a par da vontade de abraçar o mundo! Sim, o mundo! Todos os seres animados e inanimados.
Uma vontade de agitar-me tal e qual as partículas atómicas que estão em constante agitação em todos os compostos químicos do meu corpo. Um desejo imenso de sobrevoar o oceano imenso e de mergulhar nas suas profundas águas, acarinhando e abençoando todas as criaturas marinhas. De deambular entre as imensas árvores, arbustos, flores, aves e toda a biodiversidade das florestas tropicais e bendizê-los. Bendizer todos os seres que, tal como eu, vibram, vibram a cada instante, constituídos por átomos conjugados em moléculas que adquiriram o ânimo divino e… nascem, crescem, reproduzem-se e voltam ao grande ser inanimado, a mãe Gaia, donde provêm e de onde voltarão a nascer!
Uma vontade enorme cresce no meu peito. Um sensação de plenitude, de liberdade aprisionada num corpo preso a uma cadeira, de fascínio para com o todo perfeito que guia até mim todos as bênçãos que necessito de viver, mesmo aquelas percepcionadas em primeira instância como desagradáveis.
Uma vontade enorme prospera, cresce, multiplica-se e a explosão de plenitude ocorre, apenas e tão-somente com a música “Now we are free” do filme galiador.


"Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza."

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

RETALHOS SERENOS


Primeiro nasceu a vontade de escrever,
depois o Serenidade, completando 4 anos, este mês,
em seguida, fui alimentando a ideia de colocar em livro o que escrevo,
no próximo sábado nasce, juntamente com a Edita-me, o RETALHOS SERENOS.

06 Fevereiro de 2010 - 17h
aparece no Bela Cruz (junto ao Castelo do Queijo)
Vem presentear-me com a tua presença.