sábado, 30 de julho de 2011

Criatividade manifesta

(Foto de Serenidade)




Hoje, uma parte de ti (em mim) tem percorrido as subtis montanhas do meu rosto desaguando no vale sequioso dos meus lábios. Não tenho percorrido os caminhos que me levam até ti, mas penso que me queres por perto, não fosse a tua presença nas janelas da minh’alma. Não entendes que me tens, que sou una contigo, ontem, hoje, eternamente! Há ocasiões que me observas e, eu com o olhar perdido no teu horizonte. Outras há, que enxaguas o manto cinzento que me cobre, tornando-o um pouco mais reluzente. Há momentos de ternura manifesta ou de agitada controvérsia.
Hoje, mais que ontem, a controvérsia está implementada no meu corpo de mulher. Tenho-me mantido firme, como um guerreiro que enfrenta a corrente do rio que flui em sobressalto. Cuido do canastro que alberga a minh’alma, sem procurar pedir-lhe mais do que o simples fluir, espontaneamente, sem sobressaltos ou sem grandes expressões de criatividade. A mesma que é manifestada em cada segundo da tua existência. A mesma que pode ser observada em cada pormenor, aparentemente insignificante, da tua subtil natureza.
Hoje constato que nunca te comportas conforme o meu querer. Quando espero que estejas calmo, aporto no teu cais, e estás incrivelmente agitado. Outras há que, preciso da tua força e, manifestas uma serenidade pesarosa. Será por isso que não vou até ti? Será por isso que não tenho desejado o nosso encontro?
Hoje mais que nenhum outro dia sinto o meu corpo, tal como o teu imenso físico em dias tempestuosos, com uma necessidade de criar, manifestar o dom criativo que abrigo ou que almejo apreciar. Que todas as minhas moléculas se associem em gotículas de ternura, formando células de amor, num seio aquietado com sabor a flor.
Já que não caminho na tua direcção. Aporta no meu cais. Permite a manifestação da criatividade do meu corpo, como mulher.




"A mais fiel de todas as companheiras da alma é a esperança."

Pe. António Vieira


sábado, 9 de julho de 2011

Nostalgia

(Foto de Serenidade)


Há uma nostalgia que me preenche. Uma dor repleta de alegria! O gáudio de conhecer o som da tua voz, a tristeza por não a ouvir. A dor por não saber dos teus sentires. A alegria por saber que ainda ris!
Percorro os vales tumultuosos que nos unem. Terra e mar separam as gentes, corações e imensas contradições.
Hoje ouvi o uivo do teu grito mudo, do teu pranto e da tua dor. Senti que a alegria do sentido de tudo existe no teu coração. Percebi que, consciente de ti, percorres os minutos da dor, como se fosse o toque suave do amor.
Há uma imensa nostalgia que me preenche! Porque quererás manter no silêncio o grito da tua dor e do teu imenso amor?! Talvez as águas pantanosas que nos cingem não permitam o livre fluir dos fluidos que inundam os corpos nus que nos acercam.
Ontem procurei conhecer o teu sentir, saber da tua dor, da tua paz e do teu amor.
Não quiseste perceber que, na vida, o Todo se entrelaça na amálgama de emoções que, de quando em vez, ressurgem pela ténue penumbra que entrelaça os nossos corpos, tão diferentes, tão ausentes.
Há uma imensa alegria que me preenche. Sei que estarás comigo, sempre que meu pensamento viajar até ti. No meu sorriso está reflexo da tua existência em mim.



"Se algum dia sentires a minha falta, olha para o horizonte e toda a vez que uma brisa leve tocar seu rosto, lembre-se: sou eu que te beijo em silêncio."

(Diego Vitoriano)