sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Procura



(Foto de Serenidade)






Não tão distante no tempo quanto outrora, percorri o espaço físico que me separa de ti. Óbvio que se trata apenas de matéria, tendo em conta a tua permanência neste cárcere humilde, sereno, em busca, sempre em busca. Desde que me conheço como gente, capaz de tomar as suas decisões de forma consciente ou não, ando à procura! Sim, existiram intervalos de tempo, em que as deliberações eram tomadas sem qualquer consciência do que fazia e logo de seguida, caia no abismo das emoções onde o fundo não existia e a ausência de luz permanecia durante um tempo que parecia infindável!
Desta vez, consciente da minha vontade, sem vontade de estagnar, permaneci ao teu lado, os metros que nos separavam não se faziam sentir dada a fusão que pela curta distância ocorria entre nós! Não precisei tocar-te para sentir-te em mim! Tão pouco ousaste tocar o mais ínfimo pedaço de meu corpo. Estivemos em silêncio e no silêncio olhamo-nos, como naquele dia em que não precisei de saber que ali estavas para sentir um orgasmo de energia. Uma energia sem precedentes fundiu-se com a minha, foi nesse dia que me fizeste sentir tua, que te pertenço e que somos um. O Sol a terminar o seu dia de labuta, por estes lados, percorria parte do espaço, ao alcance do meu olhar, que o levava para outras paragens! O rosado misturava-se com o laranja e o teu azul! Ah o teu azul! O teu azul olhar mesclava-se com um esverdeado reluzente. Estive ao teu lado, estive em ti e na distância continuo a recordar a nossa afinidade, a nossa fusão tão particular que me acompanha na procura dessa força, no meu dia-a-dia. A contínua procura…



"O amor é a força mais subtil do mundo."

Mahatma Gandhi

1 comentário:

Isabel José António disse...

Querida Mana,

Linda prosa poética, cheia de subtilezas. Muitos parabéns!

Também nós actualizámos o POESIA VIVA e O CAMINHO DO CORAÇÃO.

Quer vir partilhar connosco esses espaços?

Muitos beijinhos

José António