quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O brilho de meus olhos



(Foto de Serenidade)






Este ano, sinto que, estive distante de ti. Perdi-me nas encruzilhadas e nenhuma coincidência me levou até ti. Sinto dor, uma dor mais profunda que uma simples ferida aberta, por me perder sem querer me encontrar! Porque terei eu deixado de te procurar? De fazer aquilo que me faz tão feliz, que me faz sentir tão plena. Recordo os momentos de tristeza que me impeliram até ti ou aqueles em que, simplesmente, pretendia recarregar energias para mais uma semana ou semanas longe de ti. O teu amor perante a minha desordem, a tua complacência perante a mente tão activa sem um fio condutor a seguir, fora a minha constante busca em ti. Mas, este ano, estive tão distante! Porque será que te ignorei, que fugi! Sim, literalmente, fugi de ti!
Fiz uma pausa na busca de ti em mim. Esqueci que procurar-te era encontrar-me. Mas, quem sou? Quem fui enquanto te tinha como companhia? Quem sou na tua distância? Na tua presença sou água que se deixa levar pela corrente das emoções! Na tua ausência sou montanha que se deixa levar pela razão! Sou rocha que se coíbe de expandir ou expressar, água que nas agruras se permite prorrogar. Neste lado, montanhoso, também existem verdes prados, bonitos campos de margaridas, que um dia floriram! Há malmequeres e bem-me-queres, cor do Sol que irradia e me ilumina nos dias de claridade e de escuridão. Neste terreno fértil, onde me encontro, há segurança e abundância, de emoções que correm em desalinho, embatendo no meu ninho, no meu lado esquerdo acolhido pelo amor, recebido com tamanho calor.
Vejo-te no retrato do meu olhar. Sinto-te ao meu lado aconchegado.
Será mesmo que ando a fugir de ti? Não acredito que estarei a fugir de ti, nem de mim! Não ando distraída, nem perdida. Tu estás em mim como nunca! Simplesmente, não preciso de estar fisicamente, ao teu lado, para me sentir preenchida. O teu lugar não foi ocupado. Estás entranhado em mim. Eu apenas esqueci de expressar uma parte de ti no meu dia-a-dia. Mas há uma recordação implícita que jaz e causa uma sensação continuada de ausência de saciedade. A procura de ti continua, apenas não a teu lado. Tu estás nas entranhas da minh’alma. A procura, agora, continua pelas terras por onde meus passos me levam e onde o meu coração continua a semear as sementes férteis e fortes que um dia, num qualquer alvorecer, irá originar uma bonita colheita. Uma bonita flor irá ver o Sol raiar e os meus olhos brilhar!




Que 2012 nos permita colher os frutos da prosperidade que andamos a semear.



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