sexta-feira, 4 de março de 2011

(A)mar


(Foto de Serenidade)


Hoje estive contigo. Nem imaginas o quanto me senti feliz por ter ultrapassado o medo que sentia por ir ao teu encontro. Deves pensar que me fazes mal, ou que me dizes ou fazes sentir menos bem, mas isso não é verdade. O medo prendia-se com o que poderia acontecer no após, nos momentos seguintes. Fazes-me sentir tão bem, tão una com o Todo, tão no presente, que “acordar” e voltar à realidade era, por vezes, um tortura. E foi-o, um dia! Dai a minha resistência em sentir-te, em ouvir-te, em me anular para estar em ti e tu em mim.
Estive contigo, mais uma vez, não a última! Passo muitas vezes ao teu lado, mas estar contigo, parar para sentir-te, para ouvir-te e para ouvires-me já não acontecia há algum tempo! Há sensações que tememos, que rejeitamos! Há realidades que não queremos ver, emoções que não queremos sentir! Às vezes é bom ter um véu que nos ofusca a visão. Uma tranquilidade efémera. Uma serenidade que se esvai rapidamente, por vezes é suficiente um clique, uma palavra ouvida, ver algumas letras unidas em escassos vocábulos para que ela se transfigure em medo!
Hoje estive contigo, amanhã não poderei estar. Mas que permitas que minha visão se ilumine, que o véu da ilusão se transfigure em claridade. Poderei ver o que não me agrada e as emoções sentidas serem pouco agradáveis. Poderei ver a vida ainda mais bonita e sentir uma maior plenitude com o Todo e contigo também!
Mas o que importa o amanhã?! O hoje, o agora, em que a visão, parca ou abundante, existe, permite-me saborear o teu aroma, cheirar o toque aveludado da tua superfície corporal, visualizar os passos.
Hoje estive contigo e foi muito bom.
Obrigada és o meu (a)mar!


"Cedo ou tarde, temos de vencer os nossos medos -
já que o caminho espiritual se faz através da experiência diária do amor."
in Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei

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