domingo, 1 de junho de 2008

Dança do Amor

(imagem retirada da net)

A música principiou a um ritmo melancólico, o coração transformou-se num músculo em tensão, pequenino, mas repleto de emoção…na ânsia de sair, viajar e até ti se direccionar. Contigo bailei, ao ritmo da melodia que não era mais que a nossa sinfonia. Pegaste na minha mão, cumprimentaste-me amigavelmente com um suave baixar da cabeça, um sorriso afectuoso, um toque na minha mão que me fez arrepiar de emoção. Aceitei entrar na dança da ilusão e contradição em que me envolveste até ao âmago da minha alma. Viajei no rodopio dos nossos corpos. Divaguei pelas tuas emoções, inquirindo-as: “são correspondentes às minhas?” vi-te a teatralizar a dança da nossa vida, pois que nada mais existia se não eu e tu. Voei nos teus braços, segurei-me aos galhos fortes, tremia pelo temor do engano. Estaria a sonhar? Os cabelos esvoaçavam, contemplava teus olhos através da cortina que eram meus cabelos, que tocavam ao leve teu rosto harmonioso e sorridente. O olhar que me lançavas de soslaio enfeitiçava-me. Meu corpo deliciava-se pelo toque suave e firme das tuas mãos que esquecia da consistência do chão que pisava e voava pelo ar que o rodeava. Teu cheiro inebriava-me e a magia pairava no sopro que era o teu respirar. O vestido escarlate voluteava pelo corrupio que fazia meu corpo delirar e minha mente esvaziar… esqueci que necessitar de ti era ilusão, na contradição de pareceres que me fazias acreditar sentir… um exímio actor que dramatizou a minha existência transfigurando-a num acto ilusório de contradança. Tu, o artista. Eu a espectadora na ânsia de um final feliz contemplar, cansada de infelizes desenredos. Observadora da peça em que me envolvia, na dança em que te tinha, nos meus braços possuía-te, no meu âmago sentia-te. Senti que precisava de ti para o baile de finalistas, na despedida que era eu sem consciência que nunca te teria, nem de ti precisaria. Sinto agora que brincas-te com meu corpo, coração e alma. Dolente do esforço de acreditar na tua dança. Consciência aflorou, vi o negro que não queria ver, a hora de ver a dança terminar chegou, tu a partir, eu no desalento ficar. Não necessito de ti, vai e escreve tua peça, deixa-me de fora do baile do engano, quero realidade, certeza do ser quem comigo dança… Mas… Necessito de ti ao meu lado, contigo, sinto-me muito amada. Preciso que, em cada um dos nossos mundos, continuemos a dança do nosso amor, que aflora a cada momento com muito fervor.

5 comentários:

poetaeusou . . . disse...

*
os cisnes
no lago,
da . . .
. . . serenidade . . .
,
conchinhas serenas, deixo,
,
*

Black Rose disse...

A dança é uma metamorfose que eleva os corpos a um uníssono, onde dois corpos serpenteiam ao som da vida num bailado celestial...

gaivota disse...

a foto está um espectáculo, lindíssima, só mesmo de corpos trabalhados...
e dançar, dançar ao som da música da vida!
beijinhos

Heduardo Kiesse disse...

simbiose perfeita entre a palavra e a imagem, nota 20 :-)
beijinho fraterno

paradoxos

Unknown disse...

Ainda não conhecia este novo espaço..muito agradavel...
um abraço
brisa de palavras