(Foto de Serenidade)
Percorro o caminho que me leva a
qualquer lugar. Sem que o tenha definido ou escolhido. Sobriamente vagueio por
entre as encruzilhadas da vida. Por vezes, percorro caminhos alegres e seguros,
outros há que são escorregadios e escuros! Nestes, resta-me a luz da Lua que me
ilumina. Resta-me a companheira, a outra face da vida, do Sol, a minha vida! Quando
a luz do astro-rei me ilumina, por vezes, vejo-me imbuída de uma luz prateada,
sempre que começo a vaguear entre os pensamentos que se apoderam do meu corpo e
mente e os sonhos sonhados com coração. Neste instante, vivo a vida
literalmente alunada em pensamentos cheios de imagens e cores resplandecentes e
vigorosas como se estivesse, o sonho, a viver. Vivo “no mundo da lua”, no mundo
onde os sonhos se concretizam mesmo que na realidade do dia-a-dia nada exista
para além da mesmice monocórdica de uma vida robotizada.
Nos meus sonhos não há aspas, nem
reticências. Não há pontos finais nem interrogações. No meu mundo, no instante
em que estou alunada em mim sem que o meu corpo consiga concretizar o que estou
a viver, tudo é um continuum de
instantes vividos intensamente, nos quais não há lugar para o ontem e muito
menos para o amanhã. A minha morada, neste instante, nada se aparenta com o mundo
da Lua, mesmo que nele esteja a viver. O prateado metamorfoseou-se um belíssimo
arco-íris. Os altos e baixos, das crateras de impacto, são uma melodia
harmoniosa sem interrupções. Os mares lunares encheram-se com a essência da
vida, permitindo que, na “minha” Lua, houvesse vida. Uma vida concebida com
muito amor e paz no coração. Uma vida que preencheu a vida de outras vidas.
Sim, imaginária, ainda, mas vivida no meu mundo, no mundo da lua, a minha vida
a par da vida mecanizada que a mente e o mundo humano me imprime.
Pub. em "O mundo da Lua" - Lua de Marfim Editora
1 comentário:
Ouvi o vento e a música
Procurando um porto na madrugada
Ouvi a chegada de um navio
Julguei sentir uma voz amada
Uma criança jogando lama ao meio dia
Embrenhada e perdida na alma
Com rimas colorindo pálpebras de nostalgia
Doce beijo
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