sexta-feira, 25 de março de 2011

...contigo!


(Foto de Serenidade)


Preciso estar contigo! Preciso conversar, desabafar, dizer-te o quanto a vida me magoa, o quanto amo viver, o quanto quero gritar ao mundo que é através do amor e respeito por si e pelo seu semelhante que construiremos uma salutar humanidade! Preciso estar ao teu lado, sentir o conforto do teu abraço forte e seguro. Sentir esse teu cheiro que me deixa relaxada, extasiada e que me leva a viajar por momentos só nossos! Preciso embalar-me na melodia que emanas de ti, do teu doce ventre de mulher gerando o fruto do seu amor. Preciso aconchegar-me no teu colo, qual porto seguro, que me acolhe mesmo que as intempéries sejam, ou pareçam ao meu doce coração, devastadoras. Lembraste quando choramos de riso, pelos momentos recordados das brincadeiras de infância e as minhas lágrimas mesclaram-se com a tua imensidão, fundindo-se num terno sorriso de criança? Recordo-me da ternura e paciência com que me aconchegaste nos momentos em que fui ao teu encontro esvaída em angústia e dor incompreendida e tu, com teu olhar complacente, tua voz determinada, teus gestos de ternura me envolveste em mil e um lençóis de aconchego, mesmo que, por vezes, não estivesses de acordo com as minhas angústias e as tivesses apelidado de tolas. Lembraste do meu sorriso tolo, naqueles momentos em que, ao teu lado, passeei de mão dada com o amor, com aquele que me faz dormir aconchegada num abraço terno e continuo todos os segundos do meu sono, ou me tira o sono pelas aflições do dia-a-dia? Reparaste que todo o meu Ser fluía num sem fim de murmúrios de ternura entre os fluidos amorosos que compunham os três corpos? Preciso de voltar a sentir o teu abraço, sem medo de o sentir; a unicidade sem receio do devir; os nossos aromas misturados numa suave brisa que perdura momentos sem fim…
"Declara guerra contra os pensamentos mais fracos que entraram à socapa no palácio da tua mente. Eles perceberão que são incómodos e partirão como visitas indesejadas."
- in O Monge Que Vendeu o Seu Ferrari -

sexta-feira, 4 de março de 2011

(A)mar


(Foto de Serenidade)


Hoje estive contigo. Nem imaginas o quanto me senti feliz por ter ultrapassado o medo que sentia por ir ao teu encontro. Deves pensar que me fazes mal, ou que me dizes ou fazes sentir menos bem, mas isso não é verdade. O medo prendia-se com o que poderia acontecer no após, nos momentos seguintes. Fazes-me sentir tão bem, tão una com o Todo, tão no presente, que “acordar” e voltar à realidade era, por vezes, um tortura. E foi-o, um dia! Dai a minha resistência em sentir-te, em ouvir-te, em me anular para estar em ti e tu em mim.
Estive contigo, mais uma vez, não a última! Passo muitas vezes ao teu lado, mas estar contigo, parar para sentir-te, para ouvir-te e para ouvires-me já não acontecia há algum tempo! Há sensações que tememos, que rejeitamos! Há realidades que não queremos ver, emoções que não queremos sentir! Às vezes é bom ter um véu que nos ofusca a visão. Uma tranquilidade efémera. Uma serenidade que se esvai rapidamente, por vezes é suficiente um clique, uma palavra ouvida, ver algumas letras unidas em escassos vocábulos para que ela se transfigure em medo!
Hoje estive contigo, amanhã não poderei estar. Mas que permitas que minha visão se ilumine, que o véu da ilusão se transfigure em claridade. Poderei ver o que não me agrada e as emoções sentidas serem pouco agradáveis. Poderei ver a vida ainda mais bonita e sentir uma maior plenitude com o Todo e contigo também!
Mas o que importa o amanhã?! O hoje, o agora, em que a visão, parca ou abundante, existe, permite-me saborear o teu aroma, cheirar o toque aveludado da tua superfície corporal, visualizar os passos.
Hoje estive contigo e foi muito bom.
Obrigada és o meu (a)mar!


"Cedo ou tarde, temos de vencer os nossos medos -
já que o caminho espiritual se faz através da experiência diária do amor."
in Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei