(Foto de Serenidade)
Tudo o que está em ti anda tão
extenuado que, por vezes, penso que a chuva que cai para além do vidro da
janela, não é mais que as lágrimas aprisionadas loucas e enfurecidas por não as
deixares passar a porta dos teus olhos e deixa-las rolar, num rio ora sereno e
calmo ora agitado e compulsivo.
Permaneces na busca incessante do
que, julgas, acalmar o teu coração e, cada vez mais, o intento foge. E a cada
aproximação, há uma desilusão, que aumenta de cada vez que o desencanto surge.
Há momentos que te sinto um barco
sem rumo, velejando ao sabor da corrente que, na maior parte das vezes é forte
e perturbadora. Vejo-te fazer o que não queres; orientares as tuas acções pelo
que vai contra a tua salutar ambição.
Sinto-te a diminuir de dia para
dia. A força e vontade de viver resvalar e a aumentar a apatia.
Dizes: “não tenho motivo para
além do amor dado, nem sempre, na mesma medida, retomado”. Referes que te
cansas de dar, de fazer, de viver e a vida, tudo o que se encontra em volta,
pouco te dá em troca! A maior parte dos teus dias são percorridos valorizando o
pouco retribuído, e agora! Agora, dizes-te cansado de viver! Um destes dias
vi-te observares o vizinho que passeava o seu animal de estimação e o teu
pensamento logo resvalou para o quanto desejas ter um, o quanto amor lhe davas
com a certeza absoluta de que seria retribuído na mesma medida, aliás que tinhas
a certeza de que seria retribuído a dobrar… não o duvido, mas será que não é
uma forma de buscares fora de ti, aquilo que deverias encontrar em ti? Tanto amor
para dar, mas tanto medo de ser subaproveitado, de ser diminuído, de ser
denegrido em atitudes desleais. Ai esse medo que te assola. A deslealdade que
poderá espreitar em cada esquina consome-te.
Por favor, “alma de Deus”
acredita que tudo tens em ti. Tudo o que almejas para a tua vida. E nada te será
desleal a não ser a tua própria deslealdade
Serenidade
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